A deputada estadual Thainara Faria (PT) usou suas redes sociais, na sexta-feira (26), para denunciar ataques pessoais e ofensas dirigidas ...
A deputada estadual Thainara Faria (PT) usou suas redes sociais, na sexta-feira (26), para denunciar ataques pessoais e ofensas dirigidas a ela e à sua família. Chorando, ela classificou os episódios como exemplo de violência política de gênero, uma prática que, segundo especialistas, busca deslegitimar a presença de mulheres na vida pública.
O caso em Araraquara
Nos vídeos publicados, Thainara rebateu mensagens que circulavam em redes sociais, nas quais acusavam sua mãe, Ritinha Laurindo, de ter sido favorecida com cargo na Prefeitura de Araraquara, além de insultos ao seu irmão, chamado de “drogado” por ser dependente químico.
A deputada contestou:
-
afirmou que a mãe é servidora concursada há anos, portanto não ocupa cargo político;
-
defendeu o irmão, dizendo que ele luta contra uma doença e que “não faz mal a ninguém”.
No sábado (27), Ritinha também fez uma transmissão ao vivo para rebater os boatos e pedir que os ataques à filha cessem, reforçando que toda a família trabalha com honestidade.
Veja os vídeos
O que é política de gênero?
A expressão política de gênero se refere ao conjunto de ações, normas, programas e debates voltados a reduzir desigualdades históricas entre homens e mulheres, garantindo participação equilibrada em diferentes espaços sociais — especialmente na política institucional.
A desigualdade histórica
Por séculos, a política foi dominada por homens. No Brasil, as mulheres só conquistaram o direito ao voto em 1932, mas a sub-representação permanece até hoje. Na atual legislatura da Câmara dos Deputados, por exemplo, apenas cerca de 18% das cadeiras são ocupadas por mulheres, número muito abaixo do percentual feminino da população brasileira (mais de 50%).
Violência política de gênero
Um dos maiores obstáculos à participação feminina é a chamada violência política de gênero:
-
Ataques pessoais contra mulheres que se candidatam ou exercem mandatos, geralmente em tom sexista.
-
Difamação e desinformação, como no caso de Thainara Faria, que enfrentou boatos sobre a família.
-
Ameaças e intimidação, que tentam afastar as mulheres da vida pública.
Esse tipo de violência não apenas afeta a vítima, mas também desencoraja outras mulheres a ingressarem na política, perpetuando a exclusão.
Políticas afirmativas
Para corrigir essa desigualdade, o Brasil tem adotado políticas afirmativas, como:
-
Cotas de gênero para candidaturas: cada partido deve reservar ao menos 30% de suas vagas para mulheres.
-
Distribuição proporcional de recursos do Fundo Eleitoral e tempo de propaganda.
-
Iniciativas de capacitação, como programas de liderança feminina em partidos e ONGs.
O desafio
Apesar dos avanços, as políticas de gênero enfrentam resistência e, muitas vezes, são vistas com preconceito. Mas especialistas em ciência política defendem que a democracia só será plena quando refletir a diversidade da sociedade.
COMENTÁRIOS