Ministro do STF cita tentativa de fuga e vigília convocada por Flávio Bolsonaro como motivos para prisão preventiva
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi preso preventivamente na manhã deste sábado (22), em Brasília, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão aponta que Bolsonaro violou a tornozeleira eletrônica durante a madrugada e apresentava “elevado risco de fuga”.
Segundo Moraes, a tentativa de romper o equipamento de monitoramento ocorreu às 0h08min deste sábado. O ministro sustenta que a ação foi articulada em meio à convocação de uma vigília promovida pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente. O ato, segundo ele, visava gerar aglomeração e dificultar eventual cumprimento da ordem de prisão.
“O condenado buscava tumultuar a execução penal e repetir a estratégia já utilizada pela organização criminosa da qual é apontado como líder, usando manifestações para obter vantagens pessoais”, afirmou Moraes no despacho.
O ministro também considerou a localização da residência de Bolsonaro, que fica a cerca de 13 quilômetros da embaixada dos Estados Unidos, como um fator que aumentaria a chance de fuga internacional.
Prisão preventiva
A nova prisão não está diretamente ligada à condenação anterior de 27 anos e três meses de reclusão imposta pelo STF por tentativa de golpe de Estado. Na ocasião, Bolsonaro foi responsabilizado por incitar atos contra o sistema democrático. Ele cumpria pena em prisão domiciliar desde agosto, mas a nova decisão transforma a medida em prisão preventiva na Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal.
A defesa do ex-presidente tem até segunda-feira (24) para apresentar novos recursos no processo da condenação. O STF analisará a manutenção da prisão preventiva em sessão marcada para a próxima segunda, entre 8h e 20h.
Entenda o contexto
No documento, Moraes aponta que a vigília disfarçada de manifestação religiosa apresentava alto risco à ordem pública e ameaçava a efetividade da prisão domiciliar. “A conduta indica a repetição do modus operandi da organização criminosa liderada pelo réu”, escreveu o ministro.
A Polícia Federal foi à residência do ex-presidente na manhã deste sábado para cumprir a ordem de prisão. Moraes determinou que Bolsonaro não fosse algemado e que não houvesse exposição midiática no ato.
Até o momento, a defesa de Jair Bolsonaro e a assessoria do senador Flávio Bolsonaro não se manifestaram oficialmente.
O Diário da Cidade reforça que está aberto para publicar notas de resposta ou esclarecimentos das partes citadas.

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